A castanha chegou em Itabaiana há cerca de 50 anos e nesse período acabou mudando a estrutura da comunidade do Povoado Carrilho, onde cerca de 90% das famílias que lá moram tem a castanha como sua principal fonte de renda.
No início, existia um cultivo razoável de cajueiros e na época de safra as pessoas vendiam castanha in natura. Hoje a situação é diferente e o plantio de cajueiro é deficitário, praticamente não existe. Por esta razão, os beneficiários de castanha começaram a trazer a castanha de fora, principalmente da Bahia e do Piauí. Eles compram a carrada do fruto, assam e quebram a castanha, que é revendida para diversos Estados.
Pelo povoado, as casas anunciam a venda do produto, mas é da cooperativa do lugar que sai a maior produção. Por mês, a soma ultrapassa a marca de mais de uma tonelada e meia de castanhas vendidas para todas as regiões do Brasil. As caixas enchem os caminhões das transportadoras que chegam à cooperativa.
Na cidade, a “Casa da Castanha”, que vende o produto, é um sucesso.
A responsável pela associação e pela cooperativa é Maria Cristina da Silva, que começou a trabalhar com a castanha muito cedo para ajudar os pais e os seis irmãos, todos envolvidos no processo. Ela foi a única na família que terminou o ensino médio e quis usar essa oportunidade a favor dos produtores de castanha. Como funcionária pública e presidente da associação dos beneficiadores e vendedores de castanha carrilho, ela contou que todo seu empenho é para melhorar as condições de trabalho da comunidade.
Quase toda castanha beneficiada em Sergipe é produzida em outros Estados. Uma das mudanças, com a chegada da cooperativa foi o fim da dependência dos atravessadores, o que aumentava o custo da atividade. Hoje, juntos, os cooperados conseguem buscar a matéria-prima diretamente da fonte.
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